Introdução: A bioinvasão é uma das principais causas da perda de biodiversidade em âmbito global. Em peixes, as introduções estão associadas a escapes acidentais, incremento na produção de proteína animal, pesca esportiva, controle de vetores de doenças e solturas deliberadas. Quando ocorre um relaxamento no controle sanitário, os parasitos podem entrar no sistema natural por meio dos animais introduzidos. Objetivo: Registrar a infecção de espécies nativas de peixe por Lernaea cyprinacea em uma lagoa perene no litoral sergipano. Metodologia: Realizamos sete coletas entre agosto/2009 e julho/2010 em 24 localidades ao longo da Lagoa Azul (Estância, SE) usando redes de emalhar, redes de arrasto e peneira. Os peixes foram identificados em nível específico e examinados para a localização de L. cyprinacea. Resultados: Foram registradas 12 espécies de peixe, sendo duas espécies não-nativas, tilápia Oreochromis niloticus e tambaqui Colossoma macropomum. Todos os indícios apontam para peixes introduzidos infectados como responsáveis pela chegada de L. cyprinacea no ambiente lacustre, levando à infecção de Astyanax lacustris, Hemigrammus brevis e Poecilia vivipara. Em nove localidades registramos peixes parasitados, sendo o registro mais frequente no ponto com a presença dos tambaquis, que foram introduzidos como controle biológico de moluscos (Biomphalaria), hospedeiro intermediário de Schistosoma mansoni. Conclusão: A introdução de espécies não-nativas de peixes e a infestação de peixes nativos por L. cyprinacea é preocupante, visto que a Lagoa Azul é componente de uma área de proteção ambiental do estado de Sergipe. Um olhar mais rigoroso deve ser direcionado a fim de coibir novos propágulos de peixes não-nativos. Do mesmo modo, é fundamental investir em saneamento básico na região no intuito de reduzir a pressão por novas introduções de peixes.
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Carlos Thailan de Jesus Santos
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